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Cientistas britânicos descobrem novo 'sistema de grupo sanguíneo', solucionando um mistério de 50 anos.

  • Foto do escritor: Vini
    Vini
  • 20 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

Pesquisadores da Universidade de Bristol desvendaram a origem genética do antígeno AnWj, até então um mistério.


Recentemente, cientistas britânicos anunciaram a descoberta de um novo sistema de grupo sanguíneo, denominado MAL (de "Mielina e Linfócitos" em inglês). Este tipo sanguíneo é extremamente raro, afetando apenas 0,01% da população mundial.


A descoberta resolveu um enigma que perdurou por 50 anos, graças ao trabalho conjunto de pesquisadores do sistema de saúde britânico e da Universidade de Bristol, que identificaram a origem genética do antígeno AnWj.


Os antígenos são proteínas (ou polissacarídeos) localizados na superfície das hemácias, as células responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo. Eles desempenham um papel fundamental no sistema imunológico. Os grupos sanguíneos mais conhecidos são A, B, AB e O, que se diferenciam pela presença de tipos específicos de antígenos. Atualmente, existem 47 sistemas de grupos sanguíneos reconhecidos, com mais de 360 antígenos identificados, incluindo o AnWj. Essa descoberta permitirá que os médicos identifiquem com mais precisão indivíduos com esse tipo raro de sangue, prevenindo complicações em transfusões.


O antígeno AnWj foi identificado pela primeira vez em 1972, mas sua base genética permaneceu desconhecida até recentemente. Os cientistas britânicos conseguiram encontrar a peça-chave desse quebra-cabeça, descobrindo que o antígeno AnWj está associado à proteína Mal, que se encontra na superfície dos glóbulos vermelhos.


Mais de 99,9% da população mundial possui o AnWj positivo e expressa a proteína Mal completa em suas células vermelhas, o que não ocorre nos indivíduos AnWj-negativos. Isso é relevante, pois pessoas sem o antígeno AnWj podem ter reações adversas ao receber sangue contendo essa substância durante transfusões.


"A importância dessa descoberta é que agora é possível desenvolver testes para identificar pacientes e doadores com o raro fenótipo AnWj-negativo, permitindo transfusões mais seguras", comentou uma especialista em Hematologia e Hemoterapia.


Além disso, certos tipos de câncer podem inibir a expressão do antígeno AnWj, fazendo com que o paciente produza anticorpos que podem complicar transfusões. Com essa nova descoberta, será mais fácil identificar esses pacientes e encontrar doadores compatíveis.


A maioria das pessoas com sangue AnWj-negativo apresenta essa condição devido a doenças, como alguns tipos de câncer, que impedem a produção do antígeno. No entanto, o estudo revelou que um pequeno grupo tem essa condição por razões genéticas, devido à ausência do gene MAL, essencial para a produção da proteína Mal.


Os pesquisadores identificaram cinco pessoas com AnWj-negativo por causas genéticas, incluindo uma família de árabes-israelenses, sendo uma das amostras de sangue de uma mulher que, na década de 1970, foi a primeira a ser reconhecida com esse tipo de sangue.

"Descobrir a base genética do AnWj foi um dos nossos projetos mais desafiadores", afirmou a chefe do Departamento de Referência de Células Vermelhas. "Provar que um gene realmente codifica um antígeno sanguíneo requer muito trabalho, mas é gratificante fazer descobertas que beneficiam pacientes raros em todo o mundo."


Para confirmar que a proteína Mal é responsável pela ligação aos anticorpos AnWj, os pesquisadores realizaram experimentos que mostraram a relação entre a presença do gene MAL e a produção do antígeno.


Agora, o próximo passo é desenvolver testes mais precisos, como ensaios de PCR, para detectar a ausência desse gene, facilitando a identificação de indivíduos com esse fenótipo raro e garantindo transfusões compatíveis. Futuros estudos também serão necessários para explorar o papel da proteína Mal nas células sanguíneas e como sua ausência pode afetar a saúde, aprimorando o diagnóstico e tratamento para essas condições raras.

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